top of page

Rafael Ramos

Nascido no Rio de Janeiro, em 11 de abril de 1979, Rafael Ramos é um dos produtores musicais mais respeitados do Brasil.


Além de apresentar Pitty ao grande público, Rafael já trabalhou com nomes como João Donato, Alceu Valença, Elza Soares, Titãs e Dead Fish.

Além da carreira como produtor musical, também é empresário e fundou a gravadora Deckdisc, uma das maiores gravadoras independentes do Brasil. Ele tem sido fundamental para a promoção de novos talentos na indústria da música brasileira.

Conversamos com Rafael sobre sua relação com a Pitty e o elo com Admirável Chip Novo.

  • Twitter
  • Instagram

Arriscar em uma artista nova, que faz 'rock na Bahia', e que foge do som convencional das rádios deve ter sido um grande desafio. Nos conte sobre as primeiras conversas para chegar a construção do Admirável Chip Novo.

03.jpg

A questão de arriscar, realmente era um momento em que não tinha nada similar, né? Você não tinha nenhuma mulher no rock, você mal tinha o rock funcionando direito. Você tinha uma banda ou outra super estourada e uma cena underground meio que se esfacelando quando veio o material da Pitty.

 

As nossas conversas sempre foram em torno da música, respeitando a música. Em pouquíssimos momentos a coisa era pensada de uma forma estratégica nesse momento, porque a gente apenas queria fazer um disco muito bacana. A gente já conhecia e entendia o potencial das músicas dela por conta das das gravações que ela mandou, das demos e do trabalho dela no Inkoma, que eu já tinha lançado no meu selo independente.

O desafio foi comprado sabendo que não tinha nada similar no momento e a Deck decidiu acreditar nisso. Fez um um grande investimento, trouxe muitas pessoas bacanas pra trabalhar junto dentro disso.

 

A Pitty participou muito, desde as primeiras até as últimas conversas ao falar do Admirável Chip Novo. Tudo girou em torno da música que já existia ali, da música que estava sendo feita, do discurso que aquilo tinha, sendo um rock pesado pra época ou não. Era tudo em cima da música que já existia e como trabalhar aquilo ali.

 

Sim, um grande desafio. Vamos em frente, vamos trabalhar.

02.jpg
01.jpg

Como foi para chegar em Máscara como primeiro single? Quais os maiores desafios nessa escolha?

Existia muitas dúvidas sobre o primeiro single. Esse é um problema bom: quando você tem um disco bom cheio de músicas fortes. A gente gosta de falar: "Ê problema bom! Qual vai ser o single?".

 

A princípio o disco ia ser trabalhado na ordem que ele tem - Teto de Vidro, Admirável Chip Novo, Máscara e Equalize. Existia uma convicção de não começar com o Equalize, não começar com uma música mais calma.

 

Mas a partir do momento que a gente começou a mostrar o disco pra outras pessoas, começou a mostrar o disco nas ruas, as rádios rock indicaram uma simpatia muito grande por Máscara - pelo refrão, pelo discurso - mesmo sendo uma música longa com um intermezzo grande em inglês. O refrão parecia bater muito diretamente e não deu outra, né? Quando mostrou pro pessoal que trabalhou nos clipes, pro Maurício Eça, já veio esse discurso muito forte também.


Então aparece essa essa cantora de rock nova, com aquele discurso muito forte, esse foi um diferencial. No fim das contas tudo conspirou a favor de se escolher realmente essa música.

 

Não que as outras não tenham um discurso forte, mas um discurso necessário naquele momento. Muita gente se identificou, isso a gente consegue reconhecer hoje de uma maneira muito nítida.

Existe uma conversa entre fãs que duas (ou mais?) músicas gravadas na época ficaram fora do álbum. Como foi o processo de escolha das músicas para entrarem pro Admirável Chip Novo?

Olha, eu não sei as músicas que ficaram fora do disco. Eu lembro nitidamente que a gente gravou o disco todo. Já existia a música Déjà Vu que Pitty e Peu fizeram, e gravamos uma demo de Déjà Vú, e nesse tempo a gente gravou a versão de Deus Lhe Pague do Chico Buarque, porque a Pitty gostava muito de uma versão da Elis cantando no transversal do tempo. E também a música Mulher Barriguda porque a Deck estava fazendo o tributo ao primeiro disco dos Secos e Molhados e Pitty se viu cantando aquilo ali e fizeram super arranjo dentro de estúdio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Até onde eu sei, até onde meus arquivos vão, não existe sobra. Existem outras versões, existe Pitty e Peu tocando muita coisa de violão que a gente gravava.


É fato que não entraram todas as músicas que estavam na demo porque o disco tem 11 músicas e a Demo tinha 18 músicas. Sem contar outras demos que vieram picadas com mais músicas.

 

Algumas foram gravadas depois, algumas entraram em outros álbuns como Guerreiros São Guerreiros que entrou no Anacrônico, assim como teve música que entrou no Matriz. Essas músicas sim estavam lá na primeira demo, mas elas não chegaram a ser gravadas. Não que eu me recorde e não estão nos nossos arquivos.

 

A gente adora todas essas especulações, mas um fato é que o que foi gravado foi pro disco, apesar de existirem algumas outras versões e coisas acústicas que não eram feitas pensadas pro disco. Assim como não entraram músicas que estavam na Demo e a gente sabe disso. Algumas foram utilizadas depois, e algumas ainda não foram nem gravadas.

inkoma.jpg
assimassado.jpeg
06.png
bottom of page